Ministério de Minas e Energia Avalia Retorno do Horário de Verão em Meio à Crise Hídrica
O Ministério de Minas e Energia está estudando a possível volta do horário de verão como uma medida para enfrentar a atual crise hídrica que afeta o setor elétrico. A proposta, que ainda depende de uma decisão do governo federal, foi confirmada pelo ministro Alexandre Silveira em entrevista na quarta-feira (11). Segundo o ministro, o horário de verão poderia auxiliar o sistema elétrico em um “momento crítico” para a geração de energia, marcado pela seca, altas temperaturas e elevado consumo durante o horário de pico.
De acordo com Silveira, o retorno do horário de verão poderia aliviar o sistema no final da tarde, quando o consumo de energia atinge seu pico. “É o momento em que as pessoas chegam em casa, ligam o ar-condicionado, o ventilador, tomam banho e assistem à TV. Tudo isso ocorre num intervalo em que a produção de energia solar já caiu e a geração eólica ainda não atingiu seu pico”, afirmou o ministro.
Essa janela de transição, entre a queda da energia solar e o aumento da produção de energia eólica, é justamente o período mais crítico para o sistema elétrico. Sem o suporte adequado de fontes renováveis, as usinas hidrelétricas e térmicas precisam entrar em ação, aumentando os custos e as emissões de poluentes.
A Decisão Política
Embora o estudo da volta do horário de verão tenha ganhado força, a decisão final é política, e não puramente técnica, segundo apurações. Isso porque a medida não resulta em uma economia significativa de energia, mas sim em uma redistribuição do consumo ao longo do dia, o que ajudaria a aliviar o sistema em horários críticos.
O vice-presidente Geraldo Alckmin endossou a fala de Silveira, afirmando que o horário de verão “pode ser uma boa alternativa para poupar energia”, além de sugerir campanhas para evitar desperdício.
Histórico do Horário de Verão no Brasil
O horário de verão foi implementado pela primeira vez em 1931, durante o governo de Getúlio Vargas, e passou a ser adotado de forma permanente a partir de 1985. O objetivo principal sempre foi aproveitar melhor a luz natural nos dias mais longos do verão, reduzindo o consumo de energia elétrica e o risco de apagões.
No entanto, em 2019, durante o governo de Jair Bolsonaro, a medida foi suspensa, com a justificativa de que a alteração dos horários já não proporcionava uma economia relevante para o setor elétrico. Desde então, a retomada da política tem sido discutida, especialmente em momentos de crise, como a seca de 2021, mas sem avanços significativos até o momento.
Com a crise hídrica atual e o impacto no setor elétrico, a possibilidade de reintroduzir o horário de verão volta à mesa como uma estratégia para ajudar na gestão energética, mas sua efetivação ainda depende de um aval final do Planalto.
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