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Escolas Literárias: Entenda os Principais Movimentos e suas Características

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As escolas literárias são movimentos que refletem o contexto histórico, social e cultural de sua época, influenciando a produção literária de forma marcante. Cada uma dessas fases trouxe novas formas de expressão, linguagens e temas que ajudam a compreender a evolução da sociedade e dos seus valores. Nós, do Portal Amplo, vamos mostrar de maneira simplificada as principais escolas literárias:

O Que São as Escolas Literárias?

As escolas literárias são classificações ou períodos que organizam a produção literária ao longo do tempo, agrupando autores, estilos e obras que compartilham características estéticas, temáticas ou filosóficas semelhantes. Esses movimentos surgem em resposta ao contexto social, político e cultural de cada época, refletindo os valores, conflitos e ideais da sociedade.

Cada escola literária tem suas particularidades, mas todas elas servem como formas de expressão das realidades e visões de mundo de seus autores. As escolas literárias não surgem de forma abrupta; elas costumam se sobrepor, com elementos de um período sendo incorporados ao seguinte. A divisão entre elas facilita a compreensão da evolução histórica da literatura, mas é importante lembrar que nem sempre os autores e suas obras se enquadram perfeitamente em uma única escola.

Agora que entendemos o que são as escolas literárias, vamos explorar cada uma delas e ver o que marcou seus períodos.

1. Trovadorismo (1189 – 1434)

Contexto: Idade Média, feudalismo e sociedade teocêntrica (Deus como centro).

Características: A literatura era marcada por cantigas, divididas em dois tipos principais:

  • Cantigas de amor: poesia lírica que expressava o amor platônico e idealizado.
  • Cantigas de amigo: expressavam o amor feminino, com temas de saudade e ausência do amado. A linguagem era simples, e a temática religiosa também tinha forte presença.

2. Humanismo (1434 – 1527)

Contexto: Transição entre Idade Média e Renascimento, surgimento do antropocentrismo (homem como centro).

Características: A literatura se afastou dos temas religiosos e passou a focar mais no ser humano, suas emoções e a razão. O teatro começou a ganhar importância com autores como Gil Vicente, e a poesia se tornou mais reflexiva, analisando o ser humano e suas virtudes.

3. Classicismo (1527 – 1580)

Contexto: Renascimento, valorização da cultura greco-romana e do equilíbrio.

Características: Os autores buscavam perfeição, equilíbrio e harmonia. A linguagem era culta, e temas como o amor, a mitologia e a natureza eram tratados com uma visão racional. Luís de Camões, com “Os Lusíadas”, é o principal nome do Classicismo.

4. Barroco (1601 – 1768)

Contexto: Contrarreforma Católica e conflitos entre fé e razão.

Características: O Barroco reflete as tensões da época, marcado por uma literatura cheia de contrastes, exageros e conflitos espirituais. A linguagem era rebuscada, com o uso de antíteses e paradoxos, expressando a dualidade entre o pecado e o perdão. Gregório de Matos foi um dos maiores poetas barrocos.

5. Arcadismo (1768 – 1836)

Contexto: Iluminismo, busca pela razão e simplicidade.

Características: O Arcadismo reagiu aos exageros do Barroco e buscou uma literatura simples e equilibrada. A vida no campo, a tranquilidade e o amor à natureza eram exaltados, com uma linguagem mais direta e clara. Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga são alguns dos principais autores dessa fase.

6. Romantismo (1836 – 1881)

Contexto: Independência do Brasil e valorização do nacionalismo.

Características: O Romantismo rompeu com as regras clássicas e trouxe a valorização da subjetividade, das emoções e do individualismo. Os temas principais eram o amor idealizado, o nacionalismo e o indianismo, destacando a figura do indígena como herói. A exaltação da natureza e o escapismo também eram comuns. José de Alencar e Gonçalves Dias são nomes de destaque.

7. Realismo/Naturalismo (1881 – 1893)

Contexto: Avanços científicos, positivismo e evolução das cidades.

Características: O Realismo se opôs ao sentimentalismo romântico e passou a retratar a realidade como ela é, de forma objetiva e crítica. A análise do comportamento humano e social ganhou destaque. Machado de Assis, com suas obras psicológicas e críticas sociais, é o maior nome do Realismo. O Naturalismo, um braço do Realismo, focava nas influências biológicas e sociais sobre o comportamento humano, com ênfase em temas como miséria e marginalização. Aluísio Azevedo é uma figura-chave no Naturalismo.

8. Parnasianismo (1882 – 1922)

Contexto: Mesmo período do Realismo, mas focado na poesia.

Características: Enquanto o Realismo estava na prosa, o Parnasianismo marcou a poesia com sua busca pela forma perfeita e a valorização da estética e da técnica. Era uma poesia descritiva, impessoal e com foco em temas clássicos. Olavo Bilac foi o principal poeta parnasiano.

9. Simbolismo (1893 – 1922)

Contexto: Crise do positivismo e da visão racionalista.

Características: O Simbolismo trouxe uma literatura mais espiritual, mística e subjetiva. As poesias eram repletas de musicalidade, símbolos e misticismo, abordando temas como a morte, o mistério e o inconsciente. Cruz e Sousa é o principal nome do Simbolismo no Brasil.

10. Modernismo (1922 – 1960)

Contexto: Semana de Arte Moderna de 1922 e mudanças culturais e políticas no Brasil.

Características: O Modernismo foi um movimento de ruptura, buscando uma literatura genuinamente brasileira, com liberdade formal e crítica à tradição. Misturou elementos da vanguarda europeia com questões nacionais, como a identidade brasileira, a industrialização e a desigualdade social. Mário de Andrade e Oswald de Andrade são os grandes ícones da primeira fase do Modernismo, enquanto a segunda fase teve destaque em prosa com Graciliano Ramos e poesia com Carlos Drummond de Andrade.

11. Pós-modernismo (1960 – Atualidade)

Contexto: Era da globalização, avanços tecnológicos e crises de identidade.

Características: O Pós-modernismo é marcado pela fragmentação, pela mistura de estilos e pela falta de rigidez formal. Há uma pluralidade de vozes e uma liberdade criativa, com temáticas mais subjetivas e existenciais. É uma fase em que a literatura busca novas formas de expressão em um mundo cada vez mais complexo e dinâmico.

Conclusão

Com essas escolas literárias, conseguimos perceber como a literatura evoluiu junto com a sociedade, refletindo os valores e tensões de cada época. Conhecer esses movimentos ajuda a entender não apenas a produção artística, mas também o contexto histórico e cultural de cada período.

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Graduanda em Administração pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB, Bolsista de Iniciação Científica na área de Marketing, e eterna amante da leitura e da escrita.

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